Mogol: Where does the name of the Minas Gerais town that won the world come from?

May 9th, 2025

Todo mundo que escuta falar na vila Mogol logo se pergunta de onde vem esse nome tão peculiar. O pequeno povoado, localizado no município de Lima Duarte (MG), guarda histórias que remontam ao século XVIII, quando a região ainda vivia o auge da exploração do ouro. Seu nome, no entanto, permanece envolto em mistério.

O mais provável é que Mogol tenha herdado seu nome do Rio Grão-Mogol, que nasce nos limites do Parque Estadual do Ibitipoca e deságua no Rio do Peixe.

Mas por que esse rio foi batizado assim? Embora não haja registros definitivos, há uma hipótese curiosa: o nome pode ser uma referência ao Império Mogol, dinastia que governou grande parte do subcontinente indiano entre os séculos XVI e XIX. Na época colonial, era comum que nomes estrangeiros e exóticos fossem usados para batizar localidades, seja por influência dos colonizadores portugueses, seja por mero fascínio por terras distantes. Assim, é possível que o Rio Grão-Mogol tenha recebido esse nome, que por sua vez deu origem ao nome do povoado.

Vila Mogol

A vila Mogol resiste ao tempo

Mogol surgiu com a mineração, mas, como tantas outras vilas do período, viu-se quase abandonada com o tempo e as mudanças de atividades econômicas. Suas primeiras casas foram construídas por volta de 1780, e a região chegou a ser descrita em documentos históricos, como o relatório do Cabo de Esquadra José Delgado Motta.

No entanto, com o passar dos séculos, sem oferecer oportunidades para os jovens, a vila chegou a ter menos de dez moradores. O documentário “Droba pra lá”, de Felipe Scaldini (2012), retrata esse período de desânimo, mostrando os poucos habitantes que ainda resistiam ao êxodo rural.

Nos últimos anos, Mogol começou a ser revitalizada. Desde 2017, um movimento de compra e restauração de casas trouxe nova vida à vila, que abriga o Ibiti Village – um dos conceitos de hospedagem do Ibiti Projeto, em que você pode viver a experiência de “morar” em uma das casinhas com todo conforto e aconchego e interagir com a comunidade. 

A relação com os moradores locais foi sendo construída com respeito e proximidade, e hoje a maioria tem laços diretos com o Ibiti Projeto. Um exemplo é Seu Nilo (Antônio Nilo), nascido e criado na região. Conhecido como o “guardião do Mogol”, ele cuida com carinho de cada jardim e canteiro que embeleza o local.

Em geral, a vila é tranquila, com cerca de 25 moradores — mais de 40 se contarmos os arredores, como Baixo Mogol, Colônia, Grotão e Tapera, além dos colaboradores que vieram de fora para trabalhar no Ibiti. Mas há momentos em que a rotina sossegada dá lugar à movimentação e à festa: dias de missa (no último domingo do mês) e celebrações populares.

Igreja Nossa Senhora dos Remédios - Mogol
Igreja Nossa Senhora dos Remédios

A fé que une a comunidade

No centro do vilarejo, a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios se impõe como um marco histórico e religioso. Construída no século XVIII como uma pequena ermida, ela foi sendo ampliada ao longo do tempo.

Em 1885, o senhor Francisco Antônio de Paula reconstruiu a capela original, e, em 1917, Antônio José Rodrigues promoveu uma grande reforma, financiada por doações da comunidade e pela venda de terras. Ele também incorporou ao patrimônio da igreja uma área de aproximadamente oito hectares, doada por Chico Marculino.

Além de sua arquitetura colonial simples e charmosa, a igreja guarda uma lenda curiosa. Conta-se que um andarilho chegou ao Mogol carregando uma imagem de pedra de Nossa Senhora dos Remédios. Ele a usava para pedir esmolas, indo de casa em casa. Antônio José Rodrigues adquiriu a imagem e iniciou uma campanha de arrecadação de fundos para reformar a igreja, tornando a santa o principal objeto de devoção da vila.

Hoje, a igreja mantém seu altar-mor e dois altares laterais dedicados a São Sebastião e Nossa Senhora de Fátima. Os altares de madeira, pintados em azul e branco, revelam um trabalho artesanal de grande valor, misturando influências coloniais, mouras e romanas.

Tombados pelo Conselho Deliberativo Municipal de Patrimônio Histórico Cultural de Lima Duarte em 1998, a igreja e seu acervo — incluindo imagens sacras, alfaias e documentos — são preservados como parte da identidade local.

Tradição e pertencimento

Mogol pode ser pequena, mas sua força vem da fé e das histórias que resistem ao tempo. Entre os moradores, Seu Miguel, benzedor da vila, mantém viva a tradição de curas e bênçãos, assim como aprendeu com seu pai.

“Eu benzo com o rosário. Vem gente de fora, vem criança, pessoal da vila… O Mogol tá bacana, tá importante. Tem muita gente. Até animou o lugar.”

Aos 67 anos, ele ainda se lembra dos tempos em que carregava lenha e criava porcos. Hoje, mora sozinho na casinha rosa ao lado da hospedagem Casa Freud, mas recebe a visita do irmão Zé Dica e dos parentes, que moram ali do lado. No quintal, planta couve e cebola.

No Mogol, a vida segue em seu próprio ritmo. Uma vila que renasce, resgatando suas raízes e sua essência. 

Seu Miguel, o benzedor do Mogol

Central de Reservas: (32) 98449-2200 

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