Ibiti: 43 anos inspirando sonhos e possibilidades

27 de agosto de 2025

Em 1982, nascia o Ibiti Projeto. Naquele ano, terras degradadas ao redor do Parque Estadual do Ibitipoca começaram a ser compradas. Aos poucos, a natureza foi retomando seu espaço, e o projeto, transformando vidas. Agora, 43 anos depois, esse sonho se tornou realidade e vem conquistando pessoas do mundo inteiro.

Para celebrar o Dia do Ibiti e o Dia do Muriqui, ambos comemorados em 27 de agosto, reunimos trechos de depoimentos que capturam o sentimento de quem conhece este território em regeneração.

Viajamos para pertencer, não para consumir

Diane Binder
Sócia-fundadora & CEO da Regenopolis, Paris (França) – Depoimento extraído do LinkedIn

“Acabo de voltar de uma imersão de uma semana no Ibiti Projeto, no coração de Minas Gerais, Brasil. O Ibiti me fez lembrar por que viajamos: para pertencer, não para consumir. Montanhas e nascentes. Farm-to-table. Risadas em longas mesas onde moradores e viajantes trocam histórias sobre a vida, a natureza e o sentido das coisas. Uma escola que ensina propósito vivendo-o no dia a dia. Rewilding de 6.000 hectares. Espécies ameaçadas reintroduzidas. Uma imersão na natureza que cura e transforma. Arte que potencializa a natureza; e natureza que potencializa a arte. Um modelo que compartilha a propriedade, para que o valor permaneça com as pessoas e com o lugar. Minhas reflexões em três palavras: Fluxo. Abundância. Propósito. Isto não é hospitalidade como de costume. É regeneração em essência – e funciona. Tenho orgulho de apoiar o Ibiti Projeto com a Regenopolis: trazendo o mundo para o Ibiti, e o Ibiti para o mundo.”

A Goldilocks Zone da vida

Henry Cookson
Explorador e fundador da Cookson Adventures, Londres (Inglaterra) – Trecho de depoimento para o Ibiti Journal

Quando descrevo o Ibiti aos amigos, digo que é a Goldilocks Zone da vida: um termo que cientistas usam para planetas encontrados no universo que são ideais para sustentar a vida. O Ibiti não é chique demais, não é hippie demais, é simplesmente o ponto perfeito em tantos aspectos: as pessoas, a arte, a natureza. Não é selvagem a ponto de ser desconfortável para se adaptar, nem remoto demais para se sentir isolado da chamada civilização, mas, ainda assim, você se sente em uma bolha protegida do caos do resto do mundo. As pessoas lá também são maravilhosas – tão gentis e prestativas, uma verdadeira comunidade de almas unidas em uma visão de como devemos tratar uns aos outros, de como devemos largar nossos celulares e nos reconectar com nós mesmos e com a natureza.”

Ibiti é bom demais!

Falando assim, do jeitinho que a gente tá acostumado na região, o Ibiti hoje virou um cantinho especial de Minas, pertinho do Parque do Ibitipoca. São 6 mil hectares! Dá pra colocar quatro Parques de Ibitipoca ou mais de oito mil campos de futebol! E voltou a ter muito bicho por aqui: é muriqui, jacutinga. A gente cuida mesmo da natureza e também planta mais de 100 tipos de alimentos, tudo orgânico! E ainda dá  oportunidade para o pessoal da região trabalhar, aprender e vender seus produtos.

É a terra do Seu Nilo, que viu a vila ressurgir; da Janice e do Gabriel, que escolheram criar família na comunidade; e de visitantes estrangeiros que levam este pedacinho do Brasil em seus corações.

Tem café especial, morango docinho, girassol, lavanda, filosofia e espiritualidade. Tem trilha, cachoeira, lago, comida boa, arte e muito lugarzinho gostoso pra ficar: casa no alto do morro, na vila e na fazenda. Quem chega sente logo o clima: é pra respirar fundo e se renovar, saindo mais leve e feliz.

Amor à primeira vista

Janice Ventorim 
Agrônoma que vive no Mogol com o marido e também agrônomo Gabriel Barbosa e os filhos Maria e João

“O ibiti Projeto foi amor à primeira vista. Aquela paixão que pulsou no peito e mudou nosso olhar. O impossível que alguém idealizou e realizou. Pequenas peças de um quebra-cabeça mágico que une pessoas, natureza e o propósito de fazer deste planeta um lugar melhor. Como não querer viver em um lugar assim e fazer parte de algo que é muito maior que nós? Aqui fazemos da agricultura nosso ofício e não tem nada mais lindo que produzir um alimento limpo e que respeite o planeta. Ver nossos filhos crescerem em um lugar em profunda conexão com a natureza, comendo as frutas direto do pé, contemplando as árvores, os passarinhos e o silêncio das manhãs. Nada é mais precioso e valioso do que isso. Me emociono ao escrever, porque é realmente muito especial pra nós. Respiramos isso daqui há alguns anos. Obrigada por fazer parte disso!”

Isso aqui é a minha vida

Antônio Nilo de Oliveira (Seu Nilo)
Colaborador do Ibiti nascido e criado
na Vila Mogol

“Esse projeto foi uma glória. Não só pra mim, pra mais família que chegou, que tava precisando. O Rafael, outros mais… Porque aqui antes era muito ruim de serviço. Às vezes tinha trabalho, outro dia não. A gente andava 8 quilômetros, 10 quilômetros a pé, debaixo de chuva, sol, pra plantar lavoura.. Não tinha emprego, não tinha nada. Tem que agradecer. Quantas famílias estão sendo sustentadas por esse projeto? Hoje eu sinto que eu sou outra pessoa. Converso com muita gente diferente. Isso pra mim é uma terapia. Essa vila, esse projeto se tornou pra mim, praticamente, uma família, porque, amanhece o dia, já tô com o pé aqui dentro. Tenho esse privilégio de não gastar um transporte pra trabalhar, posso tomar um café e almoçar em casa. Não tem nada que paga isso.” 

Compartilhe:

Artigos relacionados

27 de agosto de 2025

Dia do Muriqui: como começou a preservação no Ibiti

No dia 27 de agosto celebramos o Dia do Ibiti e o Dia do Muriqui, o...

25 de agosto de 2025

Conheça o Muriqui Land: o Land Rover regenerativo do Ibiti

Um clássico de 1954, transformado em um símbolo de inovação e regeneração. Assim nasce o Muriqui...

11 de agosto de 2025

Coexistência: Oca do Ibiti vira galeria com mostra de fotos e maquetes

Que compromissos assumimos com a regeneração do mundo em que vivemos? Em cartaz na Oca do...

7 de agosto de 2025

Antônio, a arara-canindé popstar e anfitriã do Engenho Lodge 

Antônio, a arara, tem história! Quem chega ao Engenho logo percebe que não se trata de...