O traje caipira mais remendado do Mogol, conquistado por Francislei, traz mensagem sobre reciclagem e gentileza
Não foi uma Festa Junina qualquer. Teve, sim, comidinhas típicas do chef Mateus. E muito mais! Teve pescaria, bandeirinhas de retalhos estampados balançando no céu azul, fogueira estalando na beira do riacho. E muito mais! Teve banda tocando forró e até um expert nos festejos tradicionais comandando a dança e as quadrilhas dos adultos e da turminha da Life School no meio das areias brancas da Praia do Mogol. Teve muito mais! Olha as foto aí pra ver que num é mentira o que eu tô falando!
Se é para celebrar, não faltam animação, estilo e capricho nos trajes caipiras! Ainda mais com uns prêmio bão, que deram um gás danado em todo mundo esse ano. Foi o Concurso da Roupa mais Remendada do Ibiti Arraiá que estimulou a criatividade. E a comunidade Ibiti fez bunito antes, durante e depois do tal do desfile!
Era o Igor, dos cavalos, chegando com berrante, a Tati, da Dona Odete, de cabelo em pé com a família toda a caráter, a outra Tati, do Mogol, arrancando aplausos no seu desfile descontraído, Thiaguinho imitando pinguço, Miguelzinho carregando mandioca na garupa da sua inseparável bicicleta, dessa vez modelo das antigas… e muito mais gente de trajes, sorrisos e disposição pra requebrá os quadril.
Na hora de escolher, foi até beeem difícil, mas o voto popular não deixou dúvidas, levando em consideração os critérios também, né?
1º Lugar: Francislei ar-ra-sou! com sua camisa toda remendada de retalhos costurados pela esposa – e ainda por cima com detalhes do Ibiti aplicados.
2º Lugar: Jorge dançou a tarde toda com seu embornal a tiracolo, interpretando um jeca legítimo!
3º Lugar: Bárbara de tranças, “tatuagem” de bandeirinhas nas canelas e a Igreja do Mogol em festa bordada na blusa com material reciclado, caprichô em cada detalhe!
Ano que vem tem mais! Já vai pensando na roupa remendada, viu? Os figurinos dessa primeira edição do concurso vão virar quadros para decorar os ambientes da vila!
1º Lugar
Francislei, da Manutenção, trabalha há cinco anos no Ibiti e contou com a participação de sua esposa costureira para fazer a camisa, com 183 retalhos diferentes que iriam para o lixo. Além da roupa, ele também escreveu um calango (versos cantados) especialmente para o desfile:
Desse concurso eu vim participá,
Quando subi foi de arrepiar,
Sabê que tinha que combiná com reciclar
Por isso tô com uma roupa de tudo inquanto á
Deu trabaio pra remendá
Mas pra compensá, tô bunito pra daná
2º Lugar
Jorge, encarregado de obras
“Criei o personagem, eu gosto desse jeitim, de ser jeca”
3º Lugar
Bárbara, que integrou o marketing do Ibiti
“Tive ajuda da minha sogra na criação”
Miguel Giovaninni, com a bicicleta da roça
Igor desfilou de berrante
Tati e toda a família a caráter