Caminhar pelas trilhas do Ibiti é também atravessar o tempo: cada árvore conta uma história de regeneração, abrigo e beleza. Sua preservação começa pelo conhecimento e pelo respeito ao meio ambiente. As árvores do Ibiti guardam lendas, significados e são verdadeiras guardiãs da floresta, fornecendo sombra, abrigo e alimento para todos os seres vivos. E, claro, são encantadoras!
Pesquisadores que passaram por aqui catalogaram centenas de espécies, incluindo ipê-amarelo, quaresmeira, paineira, embaúba, mulungu, candeia, entre tantas outras. Muitas dessas árvores estão identificadas com placas, facilitando o reconhecimento durante o passeio.
Outras são protagonistas de histórias contadas por guias e moradores da região. A seguir, conheça algumas das árvores mais emblemáticas dentro do território do Ibiti Projeto, todas registradas por olhares apaixonados de visitantes e colaboradores do projeto!
Ipê-amarelo
Nativo da América do Sul e muito presente no Brasil, o ipê-amarelo é celebrado pela exuberância de suas flores que desabrocham no fim do inverno, tornando-se um verdadeiro símbolo nacional. Entre agosto e setembro, colore as matas do Ibiti e encanta os visitantes. As flores, consideradas comestíveis, são usadas por alguns chefs na gastronomia. E atraem diversos insetos, abelhas e pássaros, especialmente os beija-flores, que desempenham papel essencial na polinização.

Quaresmeira
Uma árvore ornamental nativa do Brasil, especialmente da Mata Atlântica. Costuma florescer na época da Quaresma, o que lhe dá o nome popular, chamando atenção no meio da floresta por suas vistosas flores roxas ou rosadas.

Araucária
No Mirante do Cruzeiro, 42 mudas de araucária foram plantadas, formando o símbolo da paz. Essa espécie, que se destaca na paisagem a caminho do Areião, existe no planeta há cerca de 200 milhões de anos. Floresce entre outubro e dezembro. Produz pinhas que contêm o pinhão, que amadurece entre abril e junho e serve de alimento para os animais, como a gralha-azul, e os humanos.

Jequitibá
No Ibiti, foram plantadas duas mudas: uma no Engenho Lodge e outra na Vila Mogol, em frente ao restaurante Yucca. Patrimônio da Mata Atlântica, o jequitibá – que pode viver por mais de 500 anos – reflete o compromisso do Ibiti Projeto com a longevidade e a sustentabilidade. Está entre as árvores mais altas da flora brasileira, podendo atingir de 50 a 60 metros de altura. Oferece abrigo e alimento para diversas espécies da fauna, que se aproveitam de seus frutos e da proteção de seus galhos elevados.

Mulungu
Presente em diversas áreas do Ibiti, essa árvore é endêmica do Brasil e conhecida tanto por suas propriedades medicinais quanto por sua beleza. Também chamado de bico-de-papagaio, é tradicionalmente utilizado como calmante natural, podendo ser encontrado em chás, cápsulas ou tinturas. Entre junho e setembro, floresce em tons vermelhos vibrantes, enquanto perde suas folhas, atraindo principalmente beija-flores.

Sapopema
(Árvore dos Sete Cavaleiros)
Uma sapopema de mais de 350 anos com tronco oco desperta a curiosidade de quem passa pela trilha no meio da mata próxima ao Garnet. A lenda conta que, durante uma forte tempestade, sete viajantes encontraram abrigo em seu interior, despertando a curiosidade sobre a espessura do seu tronco oco por dentro. Seus frutos são cápsulas lenhosas que se abrem liberando sementes aladas.

Candeia
Nativa do Cerrado e Campos Rupestres, a candeia possui madeira resistente e aromática, rica em óleo essencial utilizado na medicina popular e na indústria de cosméticos. Suas flores brancas ou amareladas desabrocham entre março e maio.

Juçara
A palmeira juçara é fundamental para a regeneração florestal, mas está ameaçada pela extração do palmito. No Ibiti, seus frutos são aproveitados para a produção de juçaí (similar ao açaí), geleias e sorvetes, enquanto as sementes são reintroduzidas na natureza, incentivando a conservação. Na vila Mogol, diversas mudas foram plantadas com o envolvimento da comunidade, que também participa da celebração da Festa da Juçara.

Paineira
Entre as Estátuas e o Garnet, destaca-se um majestoso exemplar de paineira, cujo tronco e flores chamam a atenção na paisagem. Floresce intensamente no verão e outono. Os frutos são grandes e, ao amadurecer, liberam paina sedosa.
