Conheça bambu, o filhote de anta em Ibitipoca, embaixador da preservação, e entenda a importância dessa espécie para a biodiversidade
Um filhote de anta em Ibitipoca? Sim! O Ibiti Projeto tem o prazer de anunciar a chegada de um novo morador muito especial: Bambu. Esse jovem macho, representante da maior espécie de mamífero terrestre da América do Sul, encontrou um lar seguro e rico em biodiversidade em um recinto de 10 hectares dentro do projeto. Ali, ele pode explorar livremente um ambiente cuidadosamente preparado, com uma diversidade de plantas para se alimentar. Além disso, ele recebe uma suplementação nutricional que complementa sua dieta natural.
Embora seja uma espécie nativa da fauna brasileira, a anta encontra-se extinta na nossa região. Ter Bambu no Ibiti é uma oportunidade única para sensibilizar as pessoas sobre o papel ecológico vital dessa espécie e sobre a necessidade de preservar os ecossistemas nativos.
Jardineiro da floresta
Bambu, como toda anta, desempenha um papel crucial na dispersão de sementes, ajudando a restaurar áreas degradadas e mantendo a saúde dos ecossistemas. Sua dieta inclui uma ampla variedade de frutos e vegetais, e as sementes que ele excreta durante suas caminhadas têm a chance de germinar e dar origem a novas plantas, promovendo a regeneração natural da vegetação.
Um lar cuidadosamente planejado
Bambu tem sete meses e chegou ao Ibiti Projeto vindo de um criadouro. Antes de ser solto no recinto maior, passou por um período de adaptação em um ambiente menor, onde pôde se acostumar à nova rotina. Ele se alimenta de uma dieta variada, que inclui vegetais como cenoura, abóbora, beterraba, batata-doce, banana, mamão, melão e folhas nativas. Como foi criado por humanos, Bambu está aprendendo a se alimentar de frutos e folhas da mata nativa.
O recinto, com mata preservada, inclui córregos, lago e uma rica diversidade de flora e fauna. Segundo a bióloga Clariane Maranho, “o espaço foi projetado para proporcionar ao Bambu o ambiente mais próximo possível da natureza, permitindo que ele desenvolva seus instintos naturais”.
Além disso, Bambu recebe cuidados regulares do veterinário Igor Sulex, que realiza exames frequentes, aplica o protocolo vacinal recomendado e faz o controle parasitário.
Socialização e interação
Antas são animais solitários na natureza, então, por enquanto, Bambu está sozinho no recinto. No entanto, Clariane Maranho explica que, no futuro, “podemos introduzir um novo companheiro ou companheira para ele.”
Dentro do recinto, espécies menores, como pássaros e pequenos mamíferos, conseguem circular livremente, o que é positivo tanto para o bem-estar de Bambu quanto para a conservação do ecossistema.
Visite Bambu e aprenda com ele
O Ibiti está desenvolvendo ações educativas e visitas controladas ao recinto de Bambu, sempre respeitando suas necessidades como animal silvestre. “Embora seja dócil e habituado à presença humana, é fundamental que as visitas sejam realizadas por pequenos grupos e em um ambiente de calma e silêncio, para evitar estresse,” destaca Clariane.
Em dezembro, as crianças da Life School participaram de uma visita especial e interagiram com Bambu, aprendendo sobre seu papel na regeneração dos ecossistemas. “Essas experiências aproximam as pessoas da natureza e criam uma conexão emocional com a preservação do meio ambiente,” reforça Clariane.
Impacto positivo
Ao conhecer Bambu, os visitantes não apenas aprendem sobre essa espécie fascinante, mas também refletem sobre o impacto positivo que cada um pode ter na preservação e regeneração do planeta.
Cada semente plantada – seja por antas ou por nós – tem o potencial de transformar o mundo em um lugar mais sustentável e equilibrado.